Ela nunca confiara em ninguém.
Seus pés nunca despregaram do chão de pedra da mureta situada entre a terra firme da razão e o abismo do sentir. Nunca saltara rumo ao desconhecido, permanecia no meio-fio, meio termo que, cedo ou tarde, deveria tornar-se definição completa.
Confiança é uma dessas coisas extraordinárias que não necessitam de compreensão.
Não tem data marcada para sentar-se à mesa e compartilhar o jantar, metamorfoseando-se em amigo de peito aberto para ouvir seus medos e abrandar os temores vindos do coração.
Confiança é uma convidada imprevisível. Para alguns, é companheira desde o nascimento, mãos que não se separam; para outros, chegada inesperada e tardia.