quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O Término


Fitava a janela com olhos de outra época. Não fazia tanto tempo desde a última vez em que seus olhos encontraram aquele olhar castanho, mas o tempo é mesmo coisa relativa – parecia que uma vida toda havia se passado até então.

Os pensamentos diluíam como tinta num balde d’água – mistura de cores que dançam como véus no infinito translúcido.  O vermelho de um sorriso daquele dia que ela usava um vestido da mesma cor entrelaçava-se com o verde das mãos dele numa tarde de Janeiro sem prazo para acabar.